MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758
Um aviso de 18 de
Janeiro de 1758 do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José
de Carvalho e Melo, fazia remeter, através dos principais prelados, e para
todos os párocos do reino, os interrogatórios sobre as paróquias e povoações
pedindo as suas descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas, e
administrativas, para além da questão dos estragos provocados pelo terramoto de
1 de Novembro de 1755. As respostas deveriam ser remetidas à Secretaria de
Estado dos Negócios do Reino.
As respostas ao inquérito terão sido levadas para a Casa de Nossa Senhora das Necessidades, em Lisboa, da Congregação do Oratório, para serem trabalhadas pelo Padre Luís Cardoso (?-1769). O ex-libris existente na maioria dos volumes confirma esta custódia. O índice terá sido elaborado ou concluído no ano de 1832, data que apresenta. Passaram depois para a Biblioteca da Ajuda depois da extinção das ordens religiosas, seguindo para o Depósito Geral das Livrarias, no antigo Convento de São Francisco da Cidade, e daí para a Torre do Tombo entre os anos de 1836 e 1838.
As datas desta história custodial são incertas, mas encontra-se registado em livro do Ministério do Reino o ofício de 17 de Março de 1843, de D. Manuel de Portugal e Castro (vedor da Casa Real) reclamando como pertencentes à Biblioteca Real os 44 volumes que formam a coleção dos apontamentos para o dicionário geográfico de Portugal, reunidos pelo Pe. Luís Cardoso. Na sequência, surge a Portaria de 21 de Março de 1843 do Ministério do Reino para a Torre do Tombo, inquirindo sobre a existência dessa coleção neste arquivo, para onde tinha sido conduzida pelo Dr. António Nunes de Carvalho (guarda-mor da Torre do Tombo entre 1836 e 1838), retirando-a do Depósito Geral das Livrarias dos extintos conventos. A resposta dada pela Torre do Tombo, a 27 de Março do mesmo ano, confirmou a existência dessa coleção, referindo que não devia sair do arquivo, porque não era propriedade particular, mas sim o resultado de uma diligência que o Governo mandara fazer.
As respostas ao inquérito terão sido levadas para a Casa de Nossa Senhora das Necessidades, em Lisboa, da Congregação do Oratório, para serem trabalhadas pelo Padre Luís Cardoso (?-1769). O ex-libris existente na maioria dos volumes confirma esta custódia. O índice terá sido elaborado ou concluído no ano de 1832, data que apresenta. Passaram depois para a Biblioteca da Ajuda depois da extinção das ordens religiosas, seguindo para o Depósito Geral das Livrarias, no antigo Convento de São Francisco da Cidade, e daí para a Torre do Tombo entre os anos de 1836 e 1838.
As datas desta história custodial são incertas, mas encontra-se registado em livro do Ministério do Reino o ofício de 17 de Março de 1843, de D. Manuel de Portugal e Castro (vedor da Casa Real) reclamando como pertencentes à Biblioteca Real os 44 volumes que formam a coleção dos apontamentos para o dicionário geográfico de Portugal, reunidos pelo Pe. Luís Cardoso. Na sequência, surge a Portaria de 21 de Março de 1843 do Ministério do Reino para a Torre do Tombo, inquirindo sobre a existência dessa coleção neste arquivo, para onde tinha sido conduzida pelo Dr. António Nunes de Carvalho (guarda-mor da Torre do Tombo entre 1836 e 1838), retirando-a do Depósito Geral das Livrarias dos extintos conventos. A resposta dada pela Torre do Tombo, a 27 de Março do mesmo ano, confirmou a existência dessa coleção, referindo que não devia sair do arquivo, porque não era propriedade particular, mas sim o resultado de uma diligência que o Governo mandara fazer.
Âmbito e conteúdo
Esta coleção é
constituída pelas respostas elaboradas pelos párocos ao interrogatório, através
do qual se pretendia obter informações sobre as paróquias, abrangendo a
totalidade do território continental português. Apesar de a exaustividade das
respostas não ser constante, apresentam-se, na generalidade, de forma
sequencial aos pontos do interrogatório (que está dividido em três partes
relativas à localidade em si, à serra, e ao rio) fornecendo dados de carácter
geográfico (localização, relevo, distâncias), administrativo (comarca,
concelho, dimensão, e confrontações), e demográfico (número de habitantes),
sendo possível obter informações sobre a estrutura eclesiástica e vivência
religiosa (orago, benefícios, conventos, igrejas, ermidas, imagens milagrosas,
romarias), a assistência social (hospitais, misericórdias, irmandades), as
principais atividades económicas (agrícola, mineira, pecuária, feira), a
organização judicial (comarca, juiz), as comunicações existentes (correio,
pontes, portos marítimos e fluviais), a estrutura defensiva (fortificações,
castelos ou torres), os recursos hídricos (rios, lagoas, fontes), outras
informações consideradas assinaláveis (pessoas ilustres, privilégios,
antiguidades), e quais os danos provocados pelo terramoto de 1755.
Instrumentos de pesquisa
ARQUIVO NACIONAL DA
TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa:
ANTT, 2000-. Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo.
Em atualização permanente.
O título da coleção "Memórias Paroquiais" é um título consagrado pelo uso, e surge na maioria das monografias que utilizam ou transcrevem documentos desta coleção. No entanto, os volumes que constituem a coleção apresentam na lombada a designação de "Dicionário geográfico de Portugal" e o vol. 44 apresenta na página de rosto "Índice geográfico das cidades, vilas e paróquias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscritos do Dicionário Geográfico existente na Biblioteca das Senhora das Necessidades". Os autores Fernando Portugal e Alfredo de Matos (In: Lisboa em 1758. Lisboa: [s.n.], 1974. p. 13) consideram que é um erro chamar-se Dicionário Geográfico de Portugal às Memórias Paroquiais, uma vez que as respostas dos párocos utilizadas para a elaboração do Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso foram destruídas pelo terramoto de 1755.
O título da coleção "Memórias Paroquiais" é um título consagrado pelo uso, e surge na maioria das monografias que utilizam ou transcrevem documentos desta coleção. No entanto, os volumes que constituem a coleção apresentam na lombada a designação de "Dicionário geográfico de Portugal" e o vol. 44 apresenta na página de rosto "Índice geográfico das cidades, vilas e paróquias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscritos do Dicionário Geográfico existente na Biblioteca das Senhora das Necessidades". Os autores Fernando Portugal e Alfredo de Matos (In: Lisboa em 1758. Lisboa: [s.n.], 1974. p. 13) consideram que é um erro chamar-se Dicionário Geográfico de Portugal às Memórias Paroquiais, uma vez que as respostas dos párocos utilizadas para a elaboração do Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso foram destruídas pelo terramoto de 1755.
NOTA: Na paróquia de Pereiros as respostas ao inquérito das Memórias Paroquiais de 1758 foram dadas pelo vigário António Lopes Teixeira tendo como testemunhas André e Rafael Pinto Trigo aos 25 dias do mês de Março deste mesmo ano.
Estas memórias vão ser publicadas por partes, o texto original e a respetiva tradução em português moderno. Estas memórias são uma excelente síntese da vida das paróquias daquela época.
Estas memórias vão ser publicadas por partes, o texto original e a respetiva tradução em português moderno. Estas memórias são uma excelente síntese da vida das paróquias daquela época.
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