BEM – VINDO
O objectivo deste blog é duplo, dar a conhecer Pereiros de Ansiães, a sua história, a sua paisagem, o seu património e as suas tradições; é também uma forma de fazer aquilo que eu gosto, de partilhar emoções e memórias.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

terça-feira, 31 de julho de 2018

Trás - os - Montes, O Reino Maravilhoso, Miguel Torga

"Um Reino Maravilhoso (Trás‑os‑Montes)" é um texto da autoria de Miguel Torga, escritor nascido em S. Martinho de Anta, Sabrosa, Vila Real, em 12 de Agosto de 1907, e publicado na obra Portugal. O autor localiza e apresenta Trás‑os‑Montes, a sua região natal, dizendo que "fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os tome mais impossíveis e apetecidos". Torga caracteriza a região transmontana, mostra as suas riquezas e pobrezas, fala das gentes com seus hábitos, comportamentos, modos de ver e estar no mundo.
Torga, de seu verdadeiro nome Adolfo Correia da Rocha, médico de profissão, nunca esqueceu a sua origem transmontana e humilde, de filho de gente do povo. Marcado pelas dificuldades que passou na infância e na adolescência, em Portugal e no Brasil, para onde emigrou com treze anos. Foi o seu tio, fazendeiro de café no Brasil que, vendo as suas capacidades, lhe financiou os estudos de medicina em Coimbra.
Trás‑os‑Montes é para Miguel Torga um "ninho alto e agreste que transmite a elevação e a aspereza à casca e ao sabugo de quem ali nasce." 

Tinha prometido, há vários anos, que ousaria ilustrar as telúricas palavras de Miguel Torga sobre Trás-os-Montes, com imagens da minha aldeia transmontana. Espero não o ter desmerecido! 
O video é, também, um percurso muito pessoal. Os sobreiros do meu avô, à sombra dos quais merendámos tantas vezes; a pedra dos morcegos; a ribeira e o rio Tua, para onde ia desde pequeno, tomar banho, à pesca, passar a noite; a velha linha do Tua que me levou pela primeira vez quando tinha dez anos; os altos daqueles montes que me davam novos horizontes quando era pequeno; a fogueira de Natal; o toque dos sinos na Páscoa do quintal do meu tio; a casa onde nasci... algumas tradições e pessoas que já não estão entre nós e deixam saudades!

"onde estiver um transmontano está qualquer coisa de específico, de irredutível. E porquê? porque, mesmo transplantado, ele ressuma a seiva de onde brotou. Corre‑lhe nas veias a força que recebeu dos penhascos, hemoglobina que nunca se descora." (Miguel Torga)


domingo, 8 de julho de 2018

Trovoada


Sete de Julho de 2018. Dia de festa na aldeia, fim de tarde. Infelizmente o meu objetivo não era a festa mas uma das muitas tarefas que tinha para fazer! Por isso, fui surpreendido pela trovoada. A grande violência inicial dos relâmpagos e trovões durou pouco e foi substituída por uma chuvada enorme durante mais de uma hora. A trovoada veio também de um lugar pouco habitual e não de nascente, de Vale de Côvo, o que teria dado outro enquadramento fotográfico à igreja e à aldeia. Contudo, apesar da chuvada ter dificultado, o pôr do sol e os contraste de luz e de cores valeram a pena!











sábado, 26 de maio de 2018


Mês de Maio, os dias parecem intermináveis, fins de tarde amenos em tons dourados, aromas de flores de Primavera transbordam dos quintais. 
Passei pela rua de cima em frente à igreja e lembrei-me daquele cântico com se fosse hoje...! A letra e a música, até a forma lenta e timbrada como as mulheres da aldeia cantavam. Podia cantá-lo exatamente da mesma maneira como se tivesse sete ou oito anos. 
O que me transportou para a minha infância!? O mesmo ambiente, os cheiros, o toque do sino? não faço ideia. 
O que importa é que passei por aqui no mês de Maio.
O mês de Maio era o mês de Maria, na minha infância rezava-se o terço todos os dias do mês, ao fim do dia, na igreja. 
Acompanhava a minha mãe quando começava a escurecer. Não ia contrariado, pelo contrário, tínhamos alguns minutos, enquanto as pessoas se juntavam, para jogar ao esconde esconde no adro da igreja!. Vivíamos numa época de trabalho árduo, nem toda a gente conseguia estar à mesma hora, como o terço não começava sem as frequentadoras habituais, estava garantido o nosso jogo. 
O terreiro do adro com as suas oliveiras e recantos da igreja era o local ideal. 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10! E o jogo começava. O tempo parava enquanto nos escondíamos no escuro, quem fosse encontrado perdia, ganhava quem conseguisse regressar ao ponto de partida sem ser apanhado. 
Chegada a hora do terço não era preciso chamar-nos ou levantar a voz. todos sabíamos o nosso lugar e lá íamos, em silêncio, respeitosamente, para dentro da igreja. O desenrolar das Avé Maria parecia interminável mas, no fim, cantava-se este cântico como se fosse uma súplica e um adeus, antes de regressar a casa já  noite cerrada.


O DIA CHEGOU AO FIM...
SILÊNCIO... A NOITE DESCEU!
BOA NOITE... PAZ EM DEUS...

domingo, 6 de maio de 2018

quinta-feira, 26 de abril de 2018

quinta-feira, 29 de março de 2018

Ribeira - Primavera 2018

A Primavera chegou envergonhada mas depois daquela seca extrema e desgraçada do ano anterior, até se compreende! 
Podemos dar nomes às "tempestades", chamar-lhe "mau tempo" contudo, na maior parte dos casos, esses adjetivos são apenas um desvio de semântica à tradicional e necessária chuva de Outono  e Inverno. Tudo isto é amplificado por alguns ignorantes citadinos dos meios de comunicação social que pensam, de forma ingénua, ser possível ter quarenta graus durante todo o ano sem emigrar para a Arábia Saudita! Sugeria uma revisão dos velhos ditados populares sobre o tempo.
O mais grave é que as alterações climáticas provocam fenómenos como o do ano anterior que levou à seca total da ribeira. Por isso, a chegada da Primavera está um pouco mais atrasada.












ÁGUA




sábado, 3 de fevereiro de 2018

A MUDANÇA?

Ainda que fique alguma nostalgia do Rio Tua selvagem, estão agora reunidas as condições para, a partir do mês de Março, se iniciar aquilo que poderá ser uma mudança qualitativa no Vale do Tua. A concessão à Douro Azul (http://www.douroazul.com/Default.aspx) é garantia de qualidade e turismo no Vale do Tua. (http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2017-04-05-Comboio-regressa-a-Linha-do-Tua-em-junho) Ainda que com atraso, o arranque está para breve. O Vale do Tua irá integrar o já bem conhecido turismo fluvial do Douro em crescimento rápido nos últimos anos. A Mirandela chegaram a máquina do comboio e as carruagens que irão fazer o trajeto pela linha férrea até à estação da Brunheda onde já se encontra o barco atracado ao cais, pronto para a ligação fluvial até ao Tua.
Ao Parque Natural Regional do Vale do Tua (http://parque.valetua.pt/) caberá fazer a promoção de uma região com grande potencial paisagístico mas também o seu património, cultura e tradições tão  enfraquecidas pelo envelhecimento das suas populações.
Mário Ferreira promete cem mil pessoas por ano. Vamos ver.