O moinho dos Alvarianos pertenceu a José Moreira e Maria dos Ramos.Trabalhou até há cerca de 70 anos. A sua actual proprietária, Eulália Moreira, ainda se recorda de, na sua infância, ir para lá moer cereais. É um moinho curioso. Quase escondido no fundo do vale do ribeiro dos Alvarianos ou das Lajes, é uma mistura de simplicidade e técnica de construção. Num aparelho de granito rústico, adapta-se ao terreno, um único corpo ocupa quatro espaços bem definidos e duas calçadas. Quando nos aproximamos começamos a compreender porquê. Visto de baixo, ao nível do ribeiro, parece muito alto, a saída de descarga está bem à vista mas, por onde entra a água? A única solução é subir, subir as calçadas até ao telhado. Lá em cima tudo se revela, o telhado está à altura do chão, depois vê-se o canal de transporte da água e, por fim, aquilo que o distingue: o canal da água entra pelo topo do telhado, através de grandes pedras de granito finamente trabalhadas em forma circular! Simples, muito bem imaginado, capaz de aproveitar toda a força da gravidade. Que excelente trabalho de cantaria! Como seria interessante se a água pudesse, pelo menos, correr outra vez. O moinho é apenas um percurso de fim de Dezembro. Até já.
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