Um dos rituais que perdura até aos nossos dias, principalmente em Trás-os-Montes, Alto Douro, Beira Alta e Beira Baixa, mas também no Nordeste Transmontano, sendo menor ou mesmo nula a sua tradição a sul, diz respeito às «fogueiras do Menino», «fogueiras da Consoada» ou «fogueiras do galo».
Sob a influência da Igreja, a fogueira profana de adoração solar dos Romanos passou a ser cristianizada e a servir de ritual cristão ao culto divino testemunhado na quadra natalícia a Jesus Cristo – considerado o «verdadeiro símbolo do Sol que vai nascer, para iluminar todo o homem que vem ao Mundo».
Costume que se processa quase sempre durante a noite, cabe ainda hoje às raparigas enfeitar as igrejas para a Missa do Galo, enquanto aos rapazes corresponde a tarefa do roubo ritual do «madeiro», do «cepo» ou do «canhoto» – noutros tempos envolviam-se as rodas dos carros de bois com «baraços» de palha de modo a evitar o barulho, para que tudo se processasse no maior silêncio.
Em Pereiros, segundo a memória dos mais velhos, esta tradição manteve-se durante muitos anos o que originou até, algumas desavenças, por abusos de quem roubava a lenha.
Nas últimas dezenas de anos o roubo do canhoto caiu em desuso. A lenha era transportada usando força bruta de dezenas de homens que a arrastavam pelos caminhos. Agora reúne-se a rapaziada da aldeia e, com a ajuda de um tractor, dá-se a volta às melhores canhotas que ficaram nos montes e nas propriedades ao longo do ano. Ateada ao anoitecer da véspera de Natal, a fogueira arde, geralmente até à passagem de ano, no adro da igreja. A fogueira representa a luz e o toque do sino chama os cristãos para a missa do galo.
Associada à fogueira está a missa do galo. Esta missa tem um significado e um fascínio especial, a hora a que se realiza, a igreja iluminada e a fogueira são o ponto de reunião de todas as famílias, o cumprir da tradição e da magia do Natal. Nas décadas de 60 e 70 a igreja era pequena para acolher tanta gente.
Segundo a lenda no século IV a comunidade cristã de Jerusalém seguia em peregrinação até Belém para celebrar a Missa do Natal na hora do primeiro canto do galo, mencionado por Jesus na traição de Pedro, descrito nos evangelhos de Matheus (capítulo 26, versículo 34) e Marcos (capítulo 14, versículos 68 a 72). O galo cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por isso, a missa da meia-noite no Natal tem este nome. Em Roma a celebração acontece desde o século V, na Basílica de Santa Maria Maior.
O galo passou a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Por isto, no século IX a ave foi parar no campanário das igrejas.
Em Pereiros, o presépio deste ano era diferente, era novo, com imagens pintadas à mão, foi oferecido por Nelson Fernandes e Fernanda Morais.
No fim da missa, a tradição de beijar o menino enquanto se entoam cânticos de Natal:
Sob a influência da Igreja, a fogueira profana de adoração solar dos Romanos passou a ser cristianizada e a servir de ritual cristão ao culto divino testemunhado na quadra natalícia a Jesus Cristo – considerado o «verdadeiro símbolo do Sol que vai nascer, para iluminar todo o homem que vem ao Mundo».
Costume que se processa quase sempre durante a noite, cabe ainda hoje às raparigas enfeitar as igrejas para a Missa do Galo, enquanto aos rapazes corresponde a tarefa do roubo ritual do «madeiro», do «cepo» ou do «canhoto» – noutros tempos envolviam-se as rodas dos carros de bois com «baraços» de palha de modo a evitar o barulho, para que tudo se processasse no maior silêncio.
Em Pereiros, segundo a memória dos mais velhos, esta tradição manteve-se durante muitos anos o que originou até, algumas desavenças, por abusos de quem roubava a lenha.
Nas últimas dezenas de anos o roubo do canhoto caiu em desuso. A lenha era transportada usando força bruta de dezenas de homens que a arrastavam pelos caminhos. Agora reúne-se a rapaziada da aldeia e, com a ajuda de um tractor, dá-se a volta às melhores canhotas que ficaram nos montes e nas propriedades ao longo do ano. Ateada ao anoitecer da véspera de Natal, a fogueira arde, geralmente até à passagem de ano, no adro da igreja. A fogueira representa a luz e o toque do sino chama os cristãos para a missa do galo.
Associada à fogueira está a missa do galo. Esta missa tem um significado e um fascínio especial, a hora a que se realiza, a igreja iluminada e a fogueira são o ponto de reunião de todas as famílias, o cumprir da tradição e da magia do Natal. Nas décadas de 60 e 70 a igreja era pequena para acolher tanta gente.
Segundo a lenda no século IV a comunidade cristã de Jerusalém seguia em peregrinação até Belém para celebrar a Missa do Natal na hora do primeiro canto do galo, mencionado por Jesus na traição de Pedro, descrito nos evangelhos de Matheus (capítulo 26, versículo 34) e Marcos (capítulo 14, versículos 68 a 72). O galo cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por isso, a missa da meia-noite no Natal tem este nome. Em Roma a celebração acontece desde o século V, na Basílica de Santa Maria Maior.
O galo passou a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Por isto, no século IX a ave foi parar no campanário das igrejas.
Em Pereiros, o presépio deste ano era diferente, era novo, com imagens pintadas à mão, foi oferecido por Nelson Fernandes e Fernanda Morais.
No fim da missa, a tradição de beijar o menino enquanto se entoam cânticos de Natal:
Cristãos alegria que nasceu Jesus...
a virgem Maria no-lo deu à luz.
Jesus, Jesus, saudemos Jesus!
a virgem Maria no-lo deu à luz.
Jesus, Jesus, saudemos Jesus!
A data do nascimento de Jesus é desconhecida, não existe qualquer referência a este dia nos Evangelhos. O dia 25 de Dezembro foi estabelecido por volta do século IV. Escolheu-se esta data para dar um sentido cristão a uma festa pagã que existia em Roma, a festa do Sol. No ano 274, o imperador Aureliano oficializou o culto do Sol. Mandou construir um templo em sua honra a fixou a sua festa a 25 de Dezembro. Eram nestes dias as festas do Solstício de Inverno,(21 de Dezembro)em que os dias começavam a aumentar e a ter mais … sol. Os cristãos passaram então a festejar um outro “sol”: Jesus, a luz do mundo.
Na antiguidade, o ritual sagrado do fogo, ou lume novo, acontecia por ocasião do Solstício de Inverno, com as fogueiras acesas tendo por intenção que o sol voltasse a brilhar com maior intensidade, marcando o fim do declínio da luz solar até culminar no dia menor do ano. Estas celebrações eram importantes para as comunidades rurais que dependiam dos ciclos da natureza para as suas colheitas. Com o crescimento do cristianismo a igreja católica foi-se apropriando destes rituais e festividades.
Simbolicamente, o canhoto poderá representar ainda o próprio Inverno, na intenção de aquecer o Menino Jesus; o madeiro da cruz de Cristo ou o fogo que desceu dos céus, referente à iluminação dos apóstolos pelo Espírito Santo, sob a forma de línguas de fogo, depois da elevação de Jesus Cristo aos céus. Tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para casa, colocam a imagem do Menino Jesus no presépio, distribuem os presentes e partilham a ceia de Natal.
Festas e tradições portuguesas, vol. III, adaptado.
http://blog.comunidades.net/igrejacpt/index.php
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