BEM – VINDO
O objectivo deste blog é duplo, dar a conhecer Pereiros de Ansiães, a sua história, a sua paisagem, o seu património e as suas tradições; é também uma forma de fazer aquilo que eu gosto, de partilhar emoções e memórias.

sábado, 31 de dezembro de 2011

BOM ANO 2012

Comprada, Pereiros - Dez. 2011 
Depois do frio e do gelo vem sempre o calor e a luz! 


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Solstício de Inverno, amanhecer - 2


"Depois do Natal o salto de um pardal". Alguns dias depois, à mesma hora, o nevoeiro de sempre mas uma nova luz, capaz de criar diferentes ambientes e texturas.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Solstício de Inverno - Amanhecer

21 de Dezembro, solstício de Inverno, o dia mais pequeno do ano. Para muitas culturas antigas um dia com um significado especial. Este acontecimento astronómico era muito importante visto marcar o início do novo ciclo do Sol sobre a Terra, com dias cada vez maiores e mais quentes.
Há muito tempo que não via o solstício assim, em Pereiros, mesmo antes do nascer o sol, num mar de nevoeiro sobre o vale do Tua. Paisagem longínqua e poderosa mas, efémera. Em pouco tempo, tudo o nevoeiro cobriu com o seu manto. Uma manhã de Inverno!







Manhã de Inverno
Coroada de névoas, surge a aurora
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.

Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.

A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.

Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.

Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.

Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.

Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.

Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acordo os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.

Machado de Assis, in 'Falenas'