BEM – VINDO
O objectivo deste blog é duplo, dar a conhecer Pereiros de Ansiães, a sua história, a sua paisagem, o seu património e as suas tradições; é também uma forma de fazer aquilo que eu gosto, de partilhar emoções e memórias.

quarta-feira, 2 de maio de 2012



PINTASSILGO DOURADO - (Carduelis carduelis)

Os pintassilgos dourados eram o objectivo de qualquer miúdo da aldeia. Relativamente raros, rápidos e esquivos não eram fáceis de ver e muito menos de criar. Pela sua beleza eram chamados de dourados para os distinguir dos outros castanhos comuns de peito amarelo. Têm um canto muito variado e melódico. Nunca tinha tido a curiosidade de ver o seu nome científico nem perceber porquê. Carduelis porque se alimentam das sementes da flor do cardo. Por isso, no fim do Verão, se juntam em bandos para comer sementes. Por serem tão cobiçados a sua apanha e venda foi penalizada. Estes vão apenas satisfazer a minha curiosidade e testar a máquina fotográfica. Uma cerejeira no jardim foi o suficiente para eles nidificarem. Bastou apenas segurá-la para que o ninho não abanasse, como um navio no alto mar agitado pelo vento.











Atentos, vigilantes, rápidos, esquivos e, até, inquisidores tornaram-se nos donos do jardim. O macho escolheu o alecrim como vigia de onde, em dia de sol ou de tempestade, vai cantado sem nunca tirar os olhos dos estranhos.



CONTINUA...






  



Esperava uma azáfama enorme dos pintassilgos para alimentar as crias... um corre corre para o ninho, como se vê fazer com os outros pássaros! Puro engano, um dos adultos permanece no ninho durante horas seguidas como se estivessem a chocar o ovos. Pode-se chegar perto, fazer barulho, nada disso assusta o pintassilgo, mesmo nos dias quentes. Ainda não percebi como os alimentam! No pouco tempo que estão sozinhos parecem estar sempre sem fome, não abrem o bico! Dos cinco ovos nasceram quatro juvenis.




Numa semana cresceram muito rápido. Ao contrário do que acontecia antes, os progenitores desapareceram, os juvenis ficavam sozinhos no ninho. Era possível tocar-lhe, não abriam o bico, pareciam estar sempre saciados. No dia 20 de Maio, os dois adultos estavam, logo de manhã, pendurados na magnólia. Depois de uma semana desaparecidos, fui espreitar ao ninho para ver o que se passava. Estava um juvenil de pé em cima do ninho, deixou-me aproximar muito e, de repente, voou muito rápido para junto dos pais. Era o último, tinha ficado para a despedida! 

 

Praticamente sem rabo, com os pelos ainda pendurados na cabeça, estavam preparados para a liberdade.

  Fim